CONTEÚDO
Políticas Econômicas
Para que servem as políticas econômicas?
As teorias ecônomicas por trás da organização do sistema financeiro brasileiro, onde o sistema está centralizado nas mãos do Estado, defendem que o governo deve atuar na economia de forma a tentar influenciar a situação econômica do país e buscar os seguintes objetivos:
- Promover o desenvolvimento econômico;
- Garantir o pleno emprego;
- Equilibrar o volume financeiro de transações com o exterior;
- Garatir a estabilidade de preço e controle da inflação; e
- Promover distribuição da riqueza e das rendas.
As ações que o governo toma nesse sentido são chamadas de políticas econômicas.
Defensores dessas políticas apontam que, deixados a agir livremente, os agentes do mercado acabarão por atuar de forma ineficiente e socialmente irresponsável, sendo então necessário que o Estado interfira a fim de manter o equilíbrio ideal dos fatores e a eficiência econômica total.
Quais são as políticas econômicas?
Podemos dividir essas políticas em quatro tipos:
Considerações sobre a Intervenção Estatal
Pouco se discute hoje em dia em nossa sociedade se realmente é válida a intervenção do Estado na economia. Essa questão é deixada de lado e o foco concentra-se na questão de como o Estado deve interferir.
Essa visão parcial majoritária não surpreende quando se tem em mente que grande parte do setor acadêmico e da mídia tem financiamento público. Não é inteligente esperar que haja muitas críticas ao sistema que financia quem emite a opinião.
Além disso, há sempre o forte apelo emocional que problemas inerentes à existência humana, tais como "injustiça social" e "desigualdade", exercem nas pessoas e que, acredita-se, o governo poderá resolver através da sua interferência.
Diferente das ciências como a física e matemática, a economia sofre a interferência dos interesses pessoais de quem a aplica. Assim, determinados grupos estão constatemente atuando de forma a manipular as coisas e serem beneficiados.
Dessa forma, questões e visões que já há muito tempo foram provadas erradas por pensadores, filósofos e economistas, persistem sendo aplicadas e defendidas, ainda que falhem seguidamente, pois sempre há um grupo beneficiado que continua lutando por essas políticas.
Críticos das intervenções estatais apontam que todo o dinheiro que o governo absorve em impostos é, na verdade, riqueza tirada da população que deixará de ser utilizada pelos cidadãos pagadores de impostos como bem desejarem.
Sendo o governo uma instituição burocrática, o dinheiro acaba sendo utilizado de maneira menos eficiente do que teria sido nas mãos do cidadão e o resultado final é um saldo negativo de riqueza para todos.
De maneira geral, aponta-se que as principais falhas em teorias econômicas intervencionistas são:
- Pensar apenas nos resutados a curto prazo; e
- Considerar as consequências apenas em um grupo restrito.
O resultado final das interferências governamentais costuma ser pouco eficaz, muitas vezes agravando o problema a que se queria resolver. Como resultado, é comum surgir o clamor de que haja ainda mais interferência governamental, e que o governo precisa de ainda mais poderes de interferência.
Assim, as organizações burocráticas vão se expandindo, novos órgãos e agências regulatórias são criadas, capazes de emitir regulamentos e determinações com força de lei. No entanto, os membros dessas novas organizações não são eleitos pelo povo e seguem sua própria ideologia, sem ter de responder ao interesse dos cidadãos.
Um governo inchado, com excesso de poder sobre as atividades dos cidadãos, costuma ter consequências nefastas, como a história já provou em diversos casos.
Além disso, a partir do momento que percebem que é mais vantajoso influenciar os políticos do que focar em se tornarem mais eficientes e produtivos, os empresários passam a concentrar seus esforços em exercer pressões e obter regalias sobre a classe política, gerando um mercado de favores e legislações impeditivas de novas concorrências que beneficiam apenas determinado grupo com maior poder de influência política.
O resultado é um mercado com empresas menos eficientes, beneficiadas pelos subsídios estatais e corrupção.
Dessa forma, ainda que haja uma infinidade de tentativas em justificar as políticas econômicas de intervenção, e sua existência seja-nos passada como algo concreto e necessário, o investidor inteligente deve encará-las com cautela.
Busque sempre uma visão mais ampla, tentando entender qual será realmente o resultado de qualquer tipo de política intervencionista a longo prazo e o efeito sobre os agentes econômicos como um todo..
Essa visão não só permitirá que você se sinta mais confortável com o desenrolar dos acontecimentos no mercado financeiro, como o tornará um cidadão capaz de ver além dos discursos demagógicos e populistas de políticos e grupos cujo único interesse é o de obter benefícios para si.
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FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: produtos e serviço. 18 ed. Rio de Janeiro. Qualitymark, 2010. ↩
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HAZLITT, Henry. Economia em uma única lição. IMB, 1979. Disponível em https://www.mises.org.br ↩