CONTEÚDO
Modern Portfolio Theory
O que é modern portfolio theory?
Modern Portfolio Theory - MPT (Teoria Moderna do Portfólio, em português) é um modelo matemático e estatístico que tenta encontrar a diversificação ideal para uma carteira de ativos com o objetivo de:
- Obter o maior retorno para o risco esperado; ou
- Obter o menor risco para o retorno esperado.
Em ativos financeiros, podemos dizer que existem dois tipos de risco:
- Risco Específico: risco específico do ativo, que não se repete para outros ativos e que, portanto, pode ser reduzido através da diversificação; e
- Risco Sistêmico: risco inderente ao mercado financeiro como um todo e que não pode ser eliminado.
Ao dividir seu dinheiro em diversos ativos, diversificando a carteira, o investidor consegue reduzir o risco específico.
A ideia do MPT é encontrar uma divisão ideal entre os ativos, que resulte em uma diversificação capaz de entregar o melhor retorno para o risco da carteira.
Como funciona o modelo?
O modelo se baseia, basicamente, em três pontos:
- O retorno esperado;
- O risco de cada ativo; e
- A correlação entre os ativos.
Algumas premissas por trás da MPT são:
- O mercado atua de maneira eficiente;
- Os retornos seguem uma distribuição normal;
- O risco é obtido através da volatilidade dos ativos; e
- O risco de uma carteira será sempre menor em relação a soma dos riscos individuais de cada ativo.
Retorno Esperado
O retorno esperado pode ser obtido através da média historica de retornos do mercado sendo analisado.
Por exemplo, se a média histórica dos últimos 10 anos do IBOVESPA foi de um retorno de 5,00% ao ano, esse será o parâmetro utilizado na expectativa de retornos para ações no MPT.
O retorno da carteira de ativos é obtido pela soma ponderada do retorno esperado para cada ativo.
Por exemplo, suponha uma carteira com 4 ativos que possuem participação de 25% na carteira e os seguintes retornos esperados: 8%, 10%, 12% e 4%.
O cálculo do retorno esperado da carteira será:
$$ RE = (25\% \times 8\%) + (25\% \times 10\%) + (25\% \times 12\%) + (25\% \times 4\%) = 8,5\% $$
Risco
O risco de cada ativo é obtido através da volatilidade.
Correlação
Correlação é um termos estatístico que compara o movimento de dois conjuntos de dados.
Se houver correlação os dados se movimentarão de forma proporcional um a outro.
Essa é parte mais complexa de cálculo do modelo, pois será preciso analisar a relação formada entre cada ativo da carteira.
Fronteira da Eficiência
De posse dos dados do modelo, o analista pode simular várias composições diferentes para a carteira, chegando a um gráfico como o da figura 1:
O modelo nos diz que existe uma fronteira de eficiência (figura 2) onde podemos encontrar a composição de carteira que oferece os melhores retornos para os menores riscos.
Por exemplo, a "composição 1" oferece menores retornos e mais risco do que a composição 2. Dessa forma, seria mais eficiente ao investidor selecionar a "composição 2".
O mesmo ocorre para as demais composições, as composições situadas na linha de eficiência seriam as mais desejáveis aos investidores.
Críticas
Algumas críticas a teoria são:
- Os mercados não atuam de maneira eficiente: Ao analisar somente os preços e ignorar fundamentos, o modelo pode estar aceitando erros de origem comportamental embutido nos preços;
- A volatilidade não é uma maneira adequada de se medir risco: nem sempre ativos menos voláteis implicam em melhores retornos, como supõe o modelo;
- O retorno dos preços não obedece a modelos estatísticos: a repetição dos retornos históricos não é garantida, além disso, o comportamente dos retornos de um ativo pode mudar drasticamente ao longo do tempo, tornando os cálculos inválidos; e
- O modelo não considera a liquidez e os custos envolvidos: liquidez e custos podem alterar a percepção de risco e o retorno esperado de uma carteira.
MPT e o Investidor
A despeito das críticas, o MPT é um modelo muito utilizado no mercado financeiro.
É importante que o investidor entenda o seu funcionamento e procure analisar as premissas e números utilizados quando se deperar com uma carteira baseada no MPT.
Como em qualquer modelo matemático ou estatístico que tenta modelar o comportamento humano, os resultado devem ser vistos mais como uma referência e não como um valor absoluto a ser seguido.
Analisar os fundamentos pode ser tão ou mais eficiente do que perder horas calculando valores de risco e correlação para a montagem de uma carteira.
Assim, a MPT pode ser encarada como mais uma ferramenta de auxílio à tomada de decisão no arsenal do investidor.